Nas ultimas semanas, os jornais relataram um numero impressionante de relações familiares no governo de António Costa: casais, primos, irmãos a assumir cargos públicos em vários ministérios e secretariados de estado. Este artigo no Jornal Economico aponto a existência de uma rede de 50 pessoas e 20 famílias, todas elas ligadas ao governo e ao partido socialista.

Mesmo se o artigo do Jornal Economico é muito detalhado, é difícil ter uma vista global de esta rede. Isto é matéria ideal para uma análise de rede social (SNA). O mapa acima mostra a
rede de relações familiares no governo de António Costa usando o artigo do Jornal Economico. O que fiz concretamente: fiz uma lista de indivíduos e entidades governativas mencionadas no artigo e o tipo de ligações entre elas. As ligações familiares (e em certos casos amigáveis) estão indicadas em vermelho. Os indivíduos estão em vermelho e as entidades em cinzento. E possível aceder uma versão alta resolução se clicar na imagem.

Os dados utilizados para construir esta rede estão aqui. E possível eu ter esquecido algumas ligações, por isso é possível comentar na lista para adicionar indivíduos e entidades.

É importante clarificar que todas as relações no mapa não são necessariamente ilegais ou mesmo relacionadas com nepotismo. Acontece que quando se está envolvido na política, há uma grande probabilidade de este fato estruturar o resto das relações sociais (incluindo a escolha de cônjuge). Também é normal pessoas das mesmas famílias partilharem as mesmas ideias políticas. O que se torna problemático (para a democracia) é se ter ligações familiares torna-se uma condição para aceder certos cargos públicos. Finalmente, este mapa não implica que não há práticas semelhantes em outros partidos que estiveram no poder ( ver aqui.